quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Natimorto


Tenho, a certa distância,
pela brisa um certo frescor,
algo como um arquétipo de musa,
morando em minha alma,
como um anjo a acalentar
minhas tardes de céu azul...
Tua nudez povoa
minhas alucinações.
Corro por tuas vestes,
tirando delas, teu perfume...
antes de nós porém,
antes dos nossos olhos
intercruzados,
uma eternidade de amores lógicos;
paixões seculares romperam
léguas de páginas,
vislumbrando praças...
Quero roubar teu pensamento,
viver dentro dele,
fazer parte dos teus sonhos.
Estar presente nos teus segredos
mais profundos,
em cujo ruborizar de tuas faces,
denucias a existência...
E voar...!
Somente o firmamento,
a infinita amplidão,
poderá explicar
meus olhos perdidos
nos teus...
Certamente não te apercebes,
no entanto,
guardo na lembrança
um sorriso...
nada sério!
Talvez o único indício
de que tens por mim
algum carinho.
Mesmo assim,
ele ficará comigo,
como uma foto,
um poema...
eterna lembrança
do que poderia
ser o nosso amor.

Otail Santos de Oliveira - Jacareí (SP) - 24 de junho de 1997.

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