quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Elegia... para Luciana Rondinelli


Ela chegou como um amargo na boca,
uma secura exasperada nos olhos,
um grito triste em desespero dentro da alma.
E quem partiu no seu abraço,
o fez com um sorriso bobo nos lábios.
Como se todas as pendências,
todas as responsabilidades
perante aos que deixou,
já estivessem resolvidas.
Ela chegou como um beijo frio do inverno,
e arrancou dos rostos atônitos
lágrimas eternas,
cultivadas apenas para lavar a sua passagem.
E se foi como um por do sol
enbrenhando-se noite a dentro.
Os que ficaram, perdidos ainda,
buscam consolo nas estrelas,
temendo nunca mais poderem
livrar-se desse vazio deixado,
dessa angústia chamada saudade!


Otail Santos de Oliveira - Pouso Alegre (MG) - 07 de julho de 1996.

Um comentário:

  1. No mínimo, posso dizer, inesperado para mim encontrar na net esse poema em homenagem a uma irmã tão querida que me deixou com um amargo grande na boca.
    Sou dos que perdidos ficamos.
    Tua homenagem me trouxe lágrimas ... e saudade.
    Obrigado.

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