Estranhamente
busco formas
e elas se consomem
na fumaça
rodopio
arrepio
desconfio
desfio
minhas mágoas
nas pontas dos pés
assintomático
passo da amplitude
à estático
semideus de aço
em estrelas distantes
perdidas no espaço...
tenho movido meus ombros
e assanhado minhas pernas
saltando escombros
desprezando espermas
ingerindo drogas
traficando sonhos
sequestrando medos
desfolhando
deflorando inocências... (!)
quero roubar-te o tempo...
introduzo-me em teu pensamento
vagando suave no teu íntimo
deslocando-me em tuas entranhas
como um parasita
tresloucado
obcedado por teu êxtase
de súbito
entro em convulsão
e a música
se instala em meus ouvidos...
atravesso as notas
redijo letras
descrevo tuas mãos
sobre as minhas
numa dilaceração espontânea
do meu âmago
para a tua existência...
tu te deslocas pelo vento
enquanto me acabo na demência!
negando-me apelo
até desfazer como gelo
da tua descrença...
Otail Santos de Oliveira - Pouso Alegre (MG) - 05 de Julho de 1993.
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