sábado, 13 de junho de 2015

Favela Nova República

A noite guarda o sol em seu bolso longo...
Além, no resto, um rastro ruborizado...
O silêncio invade a metrópole,
Em seu retornar cansado...
Vácuo na distância...      !!!
O que era murmúrio,
Torna-se uma convulsão dilacerante...
O que era imprudência,
Será impunidade!
E o retorno,
Já é fuga.
... silêncio... EXPLOSÃO... SILÊNCIO!!!
Vozes procuram sufocados socorros...
Desesperadas, pás vão atrás de mãos desamparadas...
Na vala comum vidas lamentam,
Mortes brotam do chão remexido.
A noite guarda o sol em seu bolso,
Enquanto via satélite o mundo assiste
Quedado de horror, a tragédia...
Não chore Fernanda,
Já é hora de dormir nas mãos dos anjos...


Pouso Alegre (MG), 24 de outubro de 1989.

Otail Santos de Oliveira

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