sábado, 13 de junho de 2015

A Tempestade

Como fazem barulho essas gotas de chuva!
Rompem-se das nuvens em alaridos,
Para despencarem sobre os telhados sedentos.
Unem-se nas cumeeiras, formando bicas intermináveis...
Ah, essas gotas...!
Arrastam trovões pelo céu,
E atiram raios sobre o olhar assustado das crianças.
Sonham com rios,
E engolem as calçadas,
                           As ruas,
                                        As casas,
                                                      Os carros...
Ah, queridas gotas!
Por que transformam as tardes em tumultuo?
Por que fazem das noites desesperos??
E as manhãs, por que herdam as lágrimas???
Minhas gotas inconseqüentes,
Lavam a alma deste poeta
Com seu ruído intermitente...

Pouso Alegre (MG), 22 de março de 1991

Otail Santos de Oliveira

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