Que culpa tenho eu de amar as estrelas?
Me perder calado entre as bombas...
Meu Deus, por que as crianças voam?
Aonde vão suas almas sem seus corpos
estraçalhados???
Um riso amargo estampa meu rosto.
Quero correr entre os blindados,
Plantar flores nos obuseiros,
Dançar com os soldados...
Mas os mísseis cruzam o céu
E sirenes enchem o ar de medo!
Vejo rapazes de ambos os lados
Sustentarem no cenho um ódio mortal,
Transformando o chão ressequido
Em um lamaçal de sangue.
E as crianças lançadas à eternidade,
Por rajadas furiosas...
Ah Senhor,
Que culpa tenho eu por amar as estrelas
Sem poder trazer delas
A paz da imensidão?!?
Pouso
Alegre (MG), 21 de julho de 2014.
Otail
Santos de Oliveira