Em breve, quando todos se forem,
e o silêncio povoar os quatro cantos,
repetindo entre o eco das vozes
todos os seus comportamentos:
- talvez eu descubra seus vícios,
mesquinharias e apelos rotos...
Então descortinarei todos os meus defeitos!
Todas as minhas amarguras
refletidas nas atitudes fantasmas
espalhadas pelo o que sobrou da festa.
Todas aquelas mulheres bonitas e fúteis...
Todos aqueles homens elegantes e vazios...
Nada mais eram que o meu oculto eu!
Minha intolerância diante
daquelas pessoas, nada mais foi que autopunição;
revelando-me insubordinado
entre uma conversa e outra...
Sempre medindo e pesando
as palavras ouvidas,
logrando meu pensamento
ruminando a impaciência
e arrotando a soberba...
Medo mórbido de deixar transparecer
a inquietude de minhas inconstâncias,
refregas de minha alma
aflita pela eternidade de guerras,
mortes e sangue!
Hoje, dentre todos os olhos,
sinto ainda a amargura dos inimigos tombados,
das mulheres humilhadas,
e das crianças impiedosamente
massacradas em nome de ideais torpes.
Logro meu medo, porém, a consciência
bate em calafrios no espírito combalido.
Busco estrelas que me consolem,
e elas são as mesmas que encobriram
vários de meus crimes... e me cobram!
Talvez, depois da verdade,
seja o tempo de me encontrar
frente a frente com as minhas mentiras...
(Torná-las públicas de mim mesmo!)
Reclamar da Misericórdia Divina
o meu direito de remissão.
E diante do acima exposto,
Pedir perdão!
Otail Santos de Oliveira - Pouso Alegre (MG) - Março de 2001.
2º Lugar de Interpretação no FESPROVE 2007 (Intérprete: Lúcio Marques)
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