O bar, a gente toda,
A esquina, o mundo.
(O mundo na esquina da vida!)
A desculpa sempre discreta.
O sonho, o eterno caminho!
O andar cansado do rio
Buscando uma cachoeira de paz...
O vento descalço voa
Segurando na calda penteada do tempo!
O preço da fome...
A fome de alimentos...
A fome de palavras...
O preço na tabela da vida,
A vida estampada na parede do supermercado!
..."e o Espírito de Deus ressurgirá dos mortos!"
E aí os preços serão reajustados...!
E o bar de luzes eternais
Apagou-se no vazio...
É a minha hora do julgamento...
No calendário pornográfico
É o trigésimo dia de julho,
Octagésimo primeiro ano do século vinte...
Tudo não passou de fantasia!
A minha energia está se recompondo.
O meu fracasso foi a minha maior vitória;
E a derrota, uma desculpa esfarrapada
Para continuar vivendo.
Apesar de tudo, o caminho não foi aquilo...
Intransponível!
Mas foi longo e árduo.
Bem, como toda fita de Hollywood
O mocinho, apesar de ferido e cansado, chegou...!
O bar, a gente toda.
A luz da minha estrela!
O andar do rio.
A falta de palavras...
Uma erupção de sentimentos!
O mundo na esquina da vida!
Eu e meu ego, meu orgulho indestrutível!
A carne que cobre meus ossos,
A matéria que reveste minha alma...
Minha alma de passarinho
Voando livre na ternura da brisa...
Voando, voando em busca do meu tempo...!
Otail Santos de Oliveira - Pouso Alegre (MG), 30 de julho de 1981.
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