lágrimas de dor, lágrimas de amor
por de trás do muro ouve-se gritos
gritos de pavor, gritos de horror
e de repente o silêncio
somente o murmúrio das árvores
passeia tranquilo pela noite
por de trás do muro...
Por de trás do muro correm lágrimas
lágrimas de dor, lágrimas de amor
por de trás do muro ouve-se gritos
gritos de pavor, gritos de horror
e de repente o olvido
somente a dormência das pedras
passeia tranquila pela noite
por de trás do muro...
Por de trás do muro correm olhares
olhares malditos, olhares inauditos
por de trás do muros ouve-se sonhos
sonhos aflitos, sonhos proscritos
e de repente o silêncio
somente a brancura da névoa
sobrevive tranquila pela noite
por de trás do muro...
Por de trás do muro correm olhares
olhares malditos, olhares inauditos
por de trás do muro ouve-se sonhos
sonhos aflitos, sonhos proscritos
e de repente o olvido
somente o perfume do tempo
sobrevive tranquilo pela noite
por de trás do muro...
Por de trás do muro correm sussurros
sussurros inconscientes, sussurros dormentes
por de trás do muro ouve-se poemas
poemas doentes, poemas dementes
e de repente...
há um medo de vida
perambulando atento pela noite
por de trás do muro...
Por de trás do muro correm sussurros
sussurros inconscientes, sussurros dormentes
por de trás do muro ouve-se poemas
poemas doentes, poemas dementes
e de repente...
há uma esperança de morte
perambulando atenta pela noite
por de trás do muro...
Otail Santos de Oliveira - Rio de Janeiro - 07 de Agosto de 1986.