Era assim quando chorava!
Nunca, ninguém chorou assim...
a mão buscava o rosto,
o rosto molhado pelas lágrimas,
as lágrimas de quando chorava!
Era um não poder que não podia,
correr atrás do sol no dia.
Não se chorava por ser,
mas chorar, era pretender...
Foi um tempo quando as horas
perfumadas pelo vento que soprava
roubava medos enquanto amava...
Era assim quando chorava,
na mão da vida que se matava
na mão do sonho que não sonhava.
Mudou o choro, o motivo... não!
Nem todo sofrimento é o mesmo,
mas eles nascem da mesma solidão...
Era assim quando chorava,
e assim será quando se vier a sorrir!
Otail Santos de Oliveira - Pouso Alegre (MG), 12 de março de 1983