Há certos instantes...
contratempos do tempo
nos minutos de relógios solares...
em que a visão turva diante
de lembranças espontâneas...
No topo do monte,
lições de silêncio...
Orações perdidas no passado
retornando ao futuro!
Espíritos ancestrais
ocupam ainda
o invólucro espesso...
Alguns em semitons
volitam nos esplendores da luz...
outros, encarcerados,
ruminam lembranças
atados a ignominiosas tragédias.
No círculo vicioso da vida,
a consumação do sonho
é apenas vaga imposição
de extremos!
Buscamos a respiração das estrelas,
entre o fulgor de suas luzes...
Abeiramos egoístas, almas infelizes,
transformando-as em escadas desditosas.
Enlaçamos consciências perdidas,
em tramas egocêntrica,
fecundando para o destino
desenlaces dolorosos e trágicos!
Porém, uma brisa sideral
espalha-se em radiações de fulgurantes êxtases...
São espíritos complacentes
laçando-nos em suas cordas
de energia renovadora;
resgatando-nos em nossos
poços de mediocridades...
Içando-nos ao limiar da Sabedoria Divina...
Onde, ao escutarmos
o coração do Universo,
plasmamos em nossa eternidade
as impressões da Infinita Misericórdia,
transmutando-nos à regeneração!
Otail Santos de Oliveira - Pouso Alegre - 05 de Maio de 2001